Fundação Cecon alerta para a prevenção ao câncer de boca

O câncer de boca é o tipo de tumor que se desenvolve nos lábios ou na cavidade oral – gengiva, língua, palato, assoalho ou bochechas. A maioria dos casos é diagnosticado em estágio avançado, por isso a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), alerta para a prevenção e tratamento no “Julho Verde”.

Com o tema “Desperte a esperança, venha para o Julho Verde”, a data visa sensibilizar a população para os cuidados contra o câncer na região de cabeça e pescoço, que compreende amígdalas, laringe, tireoide e cavidade oral – boca, lábios, faringe, gengiva, língua, palato, assoalho ou bochechas. A campanha é coordenada pela Associação de Câncer de Boca e Garganta (ACBG) e pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP).

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), ligado ao Ministério da Saúde (MS), são previstos para o Amazonas 120 casos de câncer na cavidade oral, sendo 90 casos em homens e 30 em mulheres. A doença afeta mais comumente pessoas brancas e fumantes.

De acordo com a gerente do serviço de Odontologia da Fundação Cecon, cirurgiã-dentista Perla Assayag, o câncer de boca é resultado de alterações no DNA dos lábios e/ou boca, que fazem com que as células malignas cresçam e se proliferem, de modo a formar o tumor.

“A doença ataca as amígdalas ou a língua e pode se espalhar pelo sistema linfático, agravando o quadro. Ela é indolor, por isso é importante ficar alerta aos sintomas, por exemplo, feridas ou aftas que não cicatrizam por mais de 15 dias, manchas ou placas vermelhas ou esbranquiçadas. Também pode haver nódulos no pescoço, rouquidão, dificuldade de mastigação e de engolir e de falar”, alerta Assayag.

Diagnóstico e tratamento – Ao sinal de um ou mais sintomas, Assayag orienta a consultar um clínico geral ou odontologista para realizar uma avaliação. Ela diz que se poderá realizar uma biópsia da área suspeita para testes laboratoriais, para determinar se há alterações benignas, cancerígenas ou pré-cancerosas. “O quanto antes a lesão for identificada, maior é a chance de cura – 80% dos casos diagnosticados”, lembra.

O tratamento dependerá do tipo, da localização e do estágio da lesão e pode incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia. A cirurgiã-dentista explica que, no caso de metástase para os gânglios linfáticos do pescoço, pode ser preciso removê-los. “Em casos graves, também é necessário fazer cirurgias para reconstruir a boca após a remoção da lesão. O objetivo é melhorar o aspecto visual e recuperar a capacidade de mastigar, engolir e falar”, pontua.

Prevenção – Exames odontológicos de rotina, conforme Assayag, são imprescindíveis para se evitar e detectar uma série de doenças que afetam a saúde bucal. Ela alerta, também, que o vício em produtos à base de nicotina, assim como o consumo excessivo de álcool, irrita as células orais e as torna vulneráveis ao câncer de boca.

Os lábios também devem ser protegidos do sol para evitar desenvolver câncer. Portanto, é preciso ficar na sombra, quando possível, ou usar chapéus de abas largas e protetores solares labiais diariamente.

Manter uma alimentação saudável é essencial para reduzir o risco de câncer de boca, com o consumo de frutas e legumes ricos em antioxidantes, que combatem os radicais livres que oxidam as células.

 

Texto: Luís Mansueto/FCecon

Foto: Divulgação/FCecon