FCecon realiza mutirão de cirurgia de tireóide


A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), por meio do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, iniciou, há pelo menos duas semanas, um mutirão para a realização de cerca de 50 procedimentos cirúrgicos (tireoidectomia) em pacientes com câncer de tireóide, cuja previsão de duração é de mais três semanas, informou o chefe do setor, o otorrinolaringologista e cirurgião Joacy Azevedo.

De acordo com ele, estão sendo realizadas, em média, dez cirurgias por semana pelos oito profissionais que fazem parte do Serviço. São eles: Dr. Marco Antônio Rocha, Dr. Luiz Frederico Bonilla, Dr. Gerson Medeiros, Dra.Maria Carolina Xavier, Dr. Raimundo Monteiro Maia Filho, Thomaz de Freitas Garcia, Raimundo Assunção Barreto e o próprio Dr. Joacy Azevedo. Eles também atuam como preceptores da primeira residência médica em cirurgia de cabeça e pescoço do Estado.

Azevedo explica que o tipo mais comum de câncer na glândula tireóide (localizada na região do pescoço) é o carcinoma papilífero, o qual atinge, geralmente, pessoas com idade entre 30 e 45 anos. Na FCecon, os pacientes atendidos, de acordo com ele, são não só do Amazonas, mas oriundos de estados como Roraima, Rondônia, Pará e até do Maranhão, já que a instituição é referência no tratamento do câncer em toda a Amazônia Ocidental.

Causas

As causas deste tipo de câncer são desconhecidas e a sintomatologia inexiste. O principal fator de risco é a ocorrência de câncer detireóide na família. O diagnóstico, por sua vez, é feito a partir de exame de ultrassonografia ou cintilografia (por imagem), seguido de biópsia e o tratamento se dá por tireoidectomia total ou parcial (retirada da glândula), o que obriga o paciente a fazer uso contínuo de hormônios (reposição hormonal), já que a tireóide é responsável pela produção e armazenamento de hormônios, que na ausência ou excesso podem interferir, por exemplo, no ritmo cardíaco ou do metabolismo – este último podendo levar à alteração de peso.

O especialista explica que a cirurgia, embora complexa, por exigir o uso de anestesia, geralmente é realizada com sucesso e, após o procedimento, a recuperação total do paciente se dá em aproximadamente três semanas.

Joacy Azevedo lembra, ainda, que o tratamento pode ser associado à Iodoterapia (iodoradioativo), cuja medicação é injetável e se assemelha à quimioterapia, com a diferença que a manipulação é feita por uma equipe de medicina nuclear.

Para prevenir ou ter um diagnóstico precoce da doença, o especialista alerta para o aparecimento de nódulos na região do pescoço e para a detecção de distúrbios hormonais. Nestes casos, deve-se procurar um endocrinologista ou, no caso das mulheres, um ginecologista, para solicitar a realização de exames. Ele lembra, ainda, que o fato de este tipo da doença não apresentar sintomas pede que a atenção seja redobrada.

Informações complementares

Segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer da glândula tireóide deve acometer, este ano, cerca de 180 pessoas (apenas mulheres) no Amazonas. Este tipo da doença é o mais comum na região de cabeça e pescoço e é mais frequente no sexo feminino.

Os carcinomas diferenciados são os mais frequentes. Dentre eles existem o carcinoma papilífero, o carcinoma folicular e o carcinoma de células de Hürthle. Entre os carcinomas pouco diferenciados temos carcinomas medulares e os carcinomas indiferenciados.

Publicado em: 30/10/2012