Na FCecon, suicídio é tema de palestra voltada a servidores
Mais de 800 mil pessoas, anualmente, cometem suicídio, o que corresponde, em média, a uma morte a cada 40 segundos por dia, conforme a Organização Mundial de Saúde. O alerta foi dado durante palestras em referência ao “Setembro Amarelo” – mês de prevenção ao suicídio – nesta terça-feira (16/09), na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM).
As palestras foram organizadas pelo serviço de Psicologia e ministradas pela psicóloga Suzan Biscaro e pelos estudantes de psicologia Andrews Costa e Joicy Lima. Na ocasião, servidores da unidade hospitalar debateram sobre as causas do suicídio, formas de prevenção, barreiras na detecção, mitos e verdades e o “Protocolo de prevenção de suicídio a pacientes internados”.
Surgimento
Segundo Costa e Lima, o “Setembro Amarelo” começou nos Estados Unidos, após o suicídio, em 1994, de um jovem chamado Mike Emme, de 17 anos. Segundos eles, o jovem era habilidoso e restaurou um automóvel Mustang 68, pintando-o de amarelo, o que motivou o uso da cor em referência ao movimento mundial para a prevenção do suicídio.
“Cada suicídio é uma tragédia que afeta famílias e amigos, com consequências psicológicas e emocionais para as pessoas que ficam. O suicídio foi a terceira principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, em todo o mundo em 2021, o que requer atenção e acompanhamento para as pessoas dessa faixa etária. Vale destacar que é a quarta causa de morte mais recorrente, atrás de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal”, alertaram os estudantes de psicologia.
Barreiras na detecção
De acordo com Biscaro, existem três tipos de barreiras na detecção do risco de suicídio. Segundo ela, a primeira são as individuais, que está relacionada ao estigma e medo de julgamento, ocultação ou negação de pensamentos suicidas e a dificuldade de reconhecer os sintomas.
A segunda barreira são as sociais e cultuais, frisou Biscaro, que envolve o tabu sobre o tema, falta de informação e conscientização, preconceito religioso e/ou moral e o isolamento social da pessoa em sofrimento. Ela disse que a última barreira são as institucionais e profissionais, que consiste na pouca capacitação de profissionais de saúde para lidar com o assunto, como consultas rápidas e superficiais e pessoas com dificuldades de acesso a serviços de saúde mental.
Prevenção ao suicídio
As estratégias de prevenção ao suicídio são individuais e comunitárias e sociais, pontuou Biscaro. “A pessoa em sofrimento precisa de apoio emocional, ou seja, ouvir sem julgamentos e oferecer acolhimento. É preciso identificar mudanças bruscas de comportamento, isolamento e falas de desesperança. Soma-se o acesso fundamental ao tratamento, com acompanhamento psicológico e psiquiátrico”, ressaltou.
Quanto às estratégias comunitárias e sociais, Biscaro disse que as campanhas de conscientização têm esse papel, com o combate ao estigma, a educação em saúde mental e a promoção de ambientes saudáveis – escolas, locais de trabalho e comunidades com espaço de escuta.
Texto: Luís Mansueto/FCecon
Fotos: Dreyceane Soares/FCecon