Cirurgia com videoconferência no penúltimo dia do Simpósio da FCECON

No penúltimo dia do X Simpósio de Oncologia do Amazonas, foi realizada no centro cirúrgico da FCECON, com apoio da Universidade Federal do Amazonas, uma cirurgia de Nefrectomia Parcial para a retirada de um tumor localizado no rim, buscando ao máximo a preservação do órgão do paciente.

A equipe, composta pelos médicos especialistas Cristiano Paiva, Eugênio Rocha Jr., Ítalo Cortez e José Barbosa, mais a instrumentadora Pâmela e as enfermeiras Celeste, Fabiola e Mônica, realizou a cirurgia em 4 horas, período em que foram acompanhados através de videoconferência por vários profissionais de saúde que participam desde o início desta semana da programação oferecida pela FCECON em comemoração aos 36 anos de existência.

Dentro da extensa programação, fazendo parte do II Simpósio Amazonense de Oncologia Cutânea, ocorreram palestras relacionadas a temas como “Malignização das dermatoses tropicais-o que sabemos?” com a apresentação de casos clínicos mais comuns em nossa região devido a alta incidência do sol diretamente sobre a pele,,como também discussão de casos relacionados a tumores cutâneos raros.

De acordo com os Drs. Fábio Francesconi, Marco Antonio Rocha, Maria Auxiliadora e Renato Cândido, alguns dos palestrantes, o câncer de pele é o mais comum de todos os tipos de câncer, existindo basicamente 2 tipos: o não-melanoma, que é o mais comum e raramente causa a morte do paciente e o melanoma , mais raro e responsável por 3 em cada 4 mortes por câncer de pele. Para os médicos, isso seria facilmente evitável se houvesse mais cuidado por parte das pessoas, pois os tumores de pele são facilmente identificáveis a olho nu, e geralmente tem um longo tempo entre o seu aparecimento e a sua disseminação, o que com sua detecção precoce facilita o processo de cura.

Outro tema bastante discutido no Simpósio deste ano foi o Câncer de Pênis, também na área de dermatologia, ligado à falta de higiene e o não tratamento do HPV, que atinge 2% da população masculina no Brasil, sendo que deste percentual, 20% são das regiões Norte e Nordeste, segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia.

Segundo o urologista da FCECON Giuseppe Figliuolo, o Brasil está no vergonhoso 2% lugar mundial em casos de câncer de pênis, ficando atrás apenas da Uganda. Já os paises com maior índice de desenvolvimento e educação, esses números estão muito perto de zerar, ou seja, como o câncer de colo uterino, o câncer de pênis diminui na proporção em que a população tem mais acesso a informação e educação.

Outro problema para a detecção precoce, é que sintomas como feridas no pênis podem facilmente ser caracterizados como problemas menores como doenças sexualmente transmissíveis, muitas vezes ocorrendo a automedicação, o que mascara e agrava os sintomas. O tratamento é, geralmente cirúrgico, a Penectomia parcial ou total,e caso o diagnóstico seja feito em estágio avançado do câncer, a amputação total do pênis pode ser a única solução adequada. É o que ocorre em 80% dos casos no Brasil.

Ainda segundo ele, uma detecção precoce pode impedir a mutilação e fazer com que o paciente mantenha uma vida sexual ativa. Quanto à prevenção, segundo o Dr. Giuseppe, basta água e sabão para a realização de uma higiene adequada.

Outro tema enfocado foi a Radioterapia no câncer de pele não-melanoma, indicações e limitações. Segundo o Dr. Leandro Baldino, com 2 tipos de radiação, a eletromagnética e a corpuscular, a radioterapia normalmente é indicada em casos mais avançados, onde faz-se necessário uma diminuição na área do tumor para que outros procedimentos possam ser executados com boas probabilidades.