Pacientes da FCecon recebem informações sobre exame de detecção e prevenção do câncer de endométrio através de vídeo

Um vídeo de quatro minutos e meio passou a ser exibido, há alguns dias, a pacientes submetidas a videohisteroscopias ambulatoriais na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), com o objetivo de orientá-las sobre o que é o exame e quais as peculiaridades do útero, área do corpo feminino sujeita a alterações e lesões ao longo da vida. O procedimento é utilizado no âmbito da instituição para detectar de forma precoce o câncer de endométrio – mucosa que reveste a parede uterina. A produção e exibição do vídeo fazem parte da ampliação da política de humanização no âmbito do hospital, que tem adotado uma série de medidas para garantir a melhoria no atendimento e na sua comunicação interna, assegurou o diretor-presidente da unidade, cirurgião Marco Antônio Ricci.

Segundo a ginecologista da FCecon e idealizadora do vídeo, Mônica Bandeira de Melo, além de ajudar de uma forma mais técnica as mulheres a conhecer melhor seu próprio corpo, as ilustrações desmistificam o procedimento, temido por parte das pacientes por desconhecerem como ele é executado. “Grande parte das mulheres que dão entrada na Fundação desconhece a localização do endométrio e qual a função da mucosa, que auxilia no alojamento do embrião na parede do útero, mas que também gera incômodos, já que todos os meses descama e ocasiona o fluxo menstrual”, explicou a ginecologista.

Conforme a especialista, a videohisteroscopia, realizada através do Serviço de Endoscopia da Fundação, permite a visualização do corpo uterino e a avaliação do endométrio, possibilitando, por exemplo, o diagnóstico precoce do câncer nessa região, ocasionado geralmente por inflamações persistentes.

A maior parte das pacientes com câncer de endométrio apresenta sangramento uterino anormal, em especial após a menopausa, já que este tipo de neoplasia acomete, geralmente, mulheres com idade média de 60 anos ou mais. Neste caso, o ideal é procurar um especialista para passar por avaliação minuciosa, que inclui a ultrassom transvaginal e a videohisteroscopia, que analisam com precisão o endométrio”, frisou.

Vídeo

O vídeo apresentado a todas as pacientes que aguardam pelo exame na sala de espera, traz detalhes como a composição uterina, sua localização, o que é o endométrio e qual é a sua função e informa o passo a passo do exame. O procedimento consiste na introdução pelo canal vaginal de um histeroscópio (cilindro fino com microcâmera). Ele transmite a imagem a um monitor de TV para que o especialista avalie internamente o útero (colo e corpo). Através dele, também é possível a realização de biópsia (retirada de um fragmento de tecido ou da lesão por inteiro para submeter à análise histopatológica e confirmar ou afastar o diagnóstico de câncer).

Mônica Bandeira ressalta que o exame não utiliza anestesia por se tratar de um procedimento minimamente invasivo, que dura cerca de 10 minutos e dispensa internação ou cuidados especiais antes e após sua realização. “É importante salientar que a abordagem informativa é um diferencial no Serviço, em virtude do acolhimento e da elucidação das dúvidas de forma clara e acessível”.

Fatores de risco

De acordo com a especialista, os principais fatores de risco para o câncer de endométrio são: reposição hormonal na menopausa, obesidade associada à hipertensão arterial e diabetes. No Brasil, esse tipo de neoplasia maligna figura no segundo lugar entre os principais cânceres pélvicos. No Amazonas, o tratamento é gratuito e ofertado pela FCecon, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (Susam). A indicação depende do estadiamento da doença e inclui cirurgia (histerectomia – retirada total do útero), quimioterapia e radioterapia. Os tratamentos podem ser individuais ou associados.