Campanha contra o câncer de pele: FCecon oferece atendimento gratuito à população dia 24


Um quarto dos casos de câncer registrados no Amazonas é de pele, o que coloca este tipo da doença no topo da estatística estadual. Pensando em reduzir essa incidência, a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) participará, no próximo dia 24, da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele, a qual será lançada em todo o País pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Além da FCecon – unidade de referência em toda a Amazônia Ocidental no tratamento do câncer -, participarão das atividades regionais a Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado (FMT), Hospital Getúlio Vargas e Fundação Alfredo da Mata (FUAM). Os atendimentos serão feitos por profissionais da área da dermatologista, das 8h às 15h, gratuitamente. À frente da coordenação regional, o dermatologista da FCecon, Dr. Fábio Francesconi, ressalta que a cada cem casos registrados no Amazonas, 25 são de câncer de pele, o que mostra a importância de investir na prevenção. De acordo com ele, sintomas como sangramento, lesões e mudança de cor da pele são características que pedem maior atenção. Geralmente, explica o especialista, essas mudanças ocorrem nas áreas mais expostas ao sol. “Não é o calor que causa o câncer de pele e sim os raios ultravioletas. O calor é um fator secundário. Pessoas com pele, olhos e cabelos claros ou que tenham histórico na família estão mais propensas à doença”, destaca. No entanto, no Amazonas, com a proximidade da Linha do Equador – onde o sol é mais forte -, os raios são mais intensos e, por isso, dentro das peculiaridades da região, está o acometimento de pessoas pardas com mais freqüência que o habitual. Ele destacou, ainda, que o tipo Melanoma (escuro) é o mais comum entre crianças e jovens. “Cerca de 80% do sol (carga de raios ultravioleta) que a gente pega durante toda a vida é até os 20 anos e, quando crianças, adquirimos nossos principais hábitos. Por isso, é importante ensinarmos às crianças a importância do uso do protetor solar como fator de prevenção. A educação tem que acontecer ainda pequeno “, explicou. O médico lembra que, embora a preocupação da população, geralmente, esteja voltada para o sol de meio-dia, o câncer de pele é fruto do sol intermitente, aquele o qual as pessoas ficam expostas, entre as pausas, durante a rotina diária. Por isso, a fotoproteção, ou, o uso do protetor solar, o qual previne os danos causados pelos raios ultravioletas na pele, é o principal método de prevenção. Francesconi indica o fator 30 para atividades diários – reaplicando a cada duas horas no caso de suor excessivo – e mais fortes para a exposição direta ao sol, como na piscina ou praias durante tempo prolongado. Ele lembra que, ao comprar o protetor, é importante verificar se ele protege contra raios UVA (o qual compõem a maior parte dos raios ultravioletas) e UVB (mais comum no período do verão). Para quem não tem esse costume, via a dica: “Proteção tardia, apesar de não ser tão eficaz, também funciona e pode, inclusive, reverter alguns danos causados pelo Sol. Porém, o indicado é que essa prevenção inicie na pessoa ainda criança”, assegura. O especialista também alerta que, embora o índice de câncer de pele no Estado seja alto, o diagnóstico precoce da doença, tratada, geralmente, a partir de cirurgia, garante de 100% de cura e as sequelas são míninas. “Contudo, o câncer melanoma, se diagnosticado tardiamente, tem uma taxa de mortalidade alta, sendo um dos tumores mais letais, com a peculiaridade de acometer pessoas jovens, com menos de 30 anos”. Campanha Fábio Francesconi ressalta que os profissionais empenhados na campanha, especialistas em dermatologia, estão inscritos Sociedade Brasileira de Dermatologia e cadastrados no site www.sbd.org.br, bem como, no Conselho Federal de Medicina (CFM) Participarão, oferecendo atendimento, os serviços credenciados para o tratamento das doenças de pele no Estado e seus preceptores, voluntários, residentes e acadêmicos de medicina. A equipe de enfermagem e de técnicos também prestará apoio durante a campanha. “A população em geral está convidada a participar e a divulgação desse serviço é essencial para começarmos a reduzir os índices de câncer de pele no Amazonas”, concluiu Francesconi. Estatística Conforme estimativa 2012 do Instituto Nacional do Câncer (INCA – Ministério da Saúde), deve acometer, até o fim deste ano, 1.120 pessoas no Amazonas – 98,2% dos casos do tipo não melanoma (1.100, sendo 540 em homens e 560 em mulheres), o mais frequente no País e que corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados no Brasil. O 20 casos restantes serão do tipo melanoma. De acordo com informações do Inca, o câncer de pele é mais frequente em pessoas com mais de 40 anos e, pessoas de pele clara, sensível à ação dos raios solares, ou com doenças cutâneas prévias. Estas, por estarem mais propícias à doença, devem fazer acompanhamento dermatológico e exames preventivos frequentes de modo a evitar o câncer. Mais frequentes Como a pele – maior órgão do corpo humano – é heterogênea, o câncer de pele não-melanoma pode apresentar tumores de diferentes linhagens. Os mais frequentes são os seguintes: carcinoma basocelular – responsável por 70% dos diagnósticos -, e o carcinoma epidermoide – que representa 25% dos casos. Segundo o especialista Fábio Francesconi, um método simples de prevenção pode evitar a aparição do câncer de pele: o uso de roupas adequadas e cremes protetores contra os raios UV, oriundos do Sol. Ele alerta que na região Norte do País, onde localizado o Amazonas, a incidência dos raios UV é maior por conta da proximidade com a Linha do Equador. Por isso, os cuidados devem ser redobrados.
Publicado em: 21/11/2012