Sintomas do câncer infantil podem se assemelhar aos de outras doenças da infância

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O câncer infantojuvenil, aquele diagnosticado em pessoas com idade entre 0 a 19 anos, tem uma taxa média de cura de até 70%, quando descoberto ainda precocemente. Considerada uma doença rara,  registra entre quatro a sete novos diagnósticos ao mês, na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), unidade da Secretaria de Estado de Saúde (Susam) considerada referência em cancerologia na região. Na semana em que se comemora o “Dia Internacional de Combate ao Câncer Infantil”, a instituição lança um alerta para a importância do reconhecimento dos sintomas associados às neoplasias malignas, que por serem similares aos de enfermidades comuns à infância, podem confundir os pais e resultar em um diagnóstico tardio.

 

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), órgão subordinado ao Ministério da Saúde (MS), o câncer infantojuvenil deve registrar, anualmente, aproximadamente 12 mil novos casos no país. A hematologista Elizabeth Andrade, da FCecon, explica que os pais ou responsáveis devem estar sempre atentos para sintomas repetitivos, ouvindo, inclusive, mais de uma opinião médica se necessário. “Em caso de vômito, febre ou dor óssea persistente, anemia e equimoses (manchas roxas pelo corpo) é essencial uma investigação mais aprofundada, que pode levar à descoberta precoce do câncer, ampliando, assim, as chances de sucesso do tratamento”, diz ela.

 

“Precisamos esclarecer que os sintomas como anemia, febre prolongada, dores ósseas, falta de apetite, fraqueza, manchas roxas, reflexo nos olhos, dores abdominais e dores de cabeça persistentes, merecem atenção, principalmente, quando essas sintomatologias estão associadas, pois podem indicar a presença de um câncer. Mas, apesar disso, um percentual pequeno de crianças desenvolve a doença. Uma avaliação clínica mais aprofundada pode afastar ou confirmar a suspeita de doença maligna”, frisou.

 

Em caso de suspeita, exames complementares e de apoio ao diagnóstico, como mielograma, biópsias para análises patológicas e os de imagem, a exemplo das tomografias, ressonâncias, entre outros, são indicados posteriormente. E apenas com o diagnóstico fechado, é que se dá início ao tratamento, que pode ser individual, com cirurgia, quimioterapia, radioterapia, ou ainda, associado, envolvendo várias modalidades. Eles se dividem em duas categorias: neoadjuvante (administrado antes do tratamento principal, em geral, o cirúrgico e, em menor proporção, o radioterápico) e adjuvante (quando é administrado de forma complementar, após o tratamento principal).

 

Chances de cura elevadas – A hematologista destaca que crianças com câncer têm, naturalmente, maiores chances de cura que pessoas adultas acometidas pela doença. Isso porque, diversos tipos de neoplasias malignas consideradas bastante agressivas, a exemplo das de estômago, mama e colo uterino, não atingem crianças, salvo raras exceções.

 

“A participação de um médico clínico ou pediatra é de extrema relevância para um diagnóstico precoce e o início do tratamento da forma mais rápida possível. Esse profissional apontará a primeira suspeita de que algo está errado e, consequentemente, indicará exames mais específicos, que possam detectar a doença. Após o que, o paciente deverá ser encaminhado a um centro especializado, como é o caso da FCecon, onde poderá receber o tratamento adequado e multimodal, ou a Fundação  Hemoam”, ressaltou Elizabeth Andrade.

 

Tipos mais frequentes – De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer parte do organismo.

 

Os tipos mais comuns em crianças e adolescentes são: neoplasias hematológicas, tumores sólidos (geralmente os do Sistema Nervoso Central), neuroblastoma, tumor de células do sistema nervoso periférico (frequentemente de localização abdominal), rabdomiossarcoma, osteossarcoma, sarcoma de Ewing (câncer ósseo), retinoblastoma, entre outros.

 

Os protocolos de tratamento aplicados a pacientes oncológicos infantis em todo o mundo são padronizados, o que garante que a FCecon ofereça drogas eficazes que apresentam resultados significativos. “Um exemplo de doença que temos tratado com certa frequência na Fundação é o tumor de Wilms, que tem percentual de cura significativo na instituição”.

 

Sintomas que requerem atenção redobrada:

– Manchas rochas

– Reflexo nos olhos

– Perda de peso

– Dores nos ossos

– Febre prolongada

– Caroços no corpo (ínguas)