Serviço de Psicologia da FCecon oferecerá dois novos grupos de terapias para pacientes

 

O Serviço de Psicologia da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (Susam), irá ofertar dois novos serviços  terapêuticos, um para grupos de pacientes colostomizados e outro para traqueostomizados.

 

Os novos grupos serão realizados uma vez ao mês, a partir do dia 28 de janeiro, das 9h às 11h. Primeiramente, será feita uma triagem para se conhecer a demanda e, em seguida, os pacientes receberão orientações sobre o funcionamento. Cada grupo terá entre oito e dez membros e o participante terá direito a um acompanhante – familiar ou não.

 

Pacientes colostomizados fazem uso de uma bolsa plástica, fixada no abdômen, para eliminação de fezes. Em relação aos traqueostomizados, possuem um orifício feito cirurgicamente no pescoço, especificamente na traqueia, que ajuda no processo de comunicação e respiração. A traqueostomia pode ser permanente ou temporária, dependendo de cada caso.

 

De acordo com a chefe do serviço de Psicologia, Maria Graciete Ribeiro Carneiro, nos grupos serão trabalhadas formas de combate aos sentimentos de rejeição ou negação quanto a nova situação dos pacientes. “A pessoa colostomizada pode negar-se a cuidar da sua bolsa plástica, por exemplo, porque há a negação. A convivência com a bolsa exige da pessoa a adoção de várias medidas de adaptação e ajustes às atividades diárias”, frisou.

 

O trabalho com o grupo de traqueostomizados, conforme Graciete Ribeiro, será realizado com a apoio de Fonoaudiólogos, que ajudarão os pacientes a se adaptarem a nova realidade na forma de se comunicar, após a perda parcial ou total da voz.

 

Atendimento externo – Conforme a diretora-presidente da FCecon, Ana Paula Lemes, o serviço de Psicologia da FCecon não atende somente os pacientes que chegam ao hospital para o tratamento de neoplasia. Ela explicou que os familiares também recebem apoio psicossocial. “A doença afeta não apenas o paciente. Todos são impactados pelo diagnóstico e necessitam receber apoio para terem forças físicas e mentais para ajudar o ente querido durante o tratamento do câncer”, lembrou.

 

Números – O Serviço de Psicologia registrou aumento de 38% no número de atendimentos realizados no período de janeiro a novembro de 2018, comparado ao mesmo período de 2017. Os atendimentos passaram de 2.211 em 2017 para 3.059 em 2018.

 

A equipe é formada por 22 pessoas, entre concursados, estagiários e psicólogos voluntários, que atendem nos dois turnos (manhã e tarde) quase 300 pessoas ao mês. Os psicólogos atendem os pacientes de Enfermarias, Emergência, Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), Quimioterapia e Radioterapia.

 

Mulheres mastectomizadas – Conforme Graciete Ribeiro, os psicólogos da equipe também atendem grupos terapêuticos de mulheres mastectomizadas, nos quais trabalham os efeitos negativos que surgem na vida pessoal, social e familiar decorrentes da retirada total ou parcial da mama. Além disso, promovem terapias de grupos familiares, que são indicadas quando se detecta conflitos nas relações familiares e que estejam interferindo no tratamento do paciente.

 

Especialista em Psicologia Oncológica, Graciete Ribeiro ressaltou que o trabalho do setor é realizado por meio de consultas ambulatoriais, terapias individuais e de grupo e oficinas contra o estresse. “São feitas entrevistas de acolhimento e escuta afetiva. Temos que ter empatia com o sofrimento do outro para, assim, trabalharmos a conscientização e o fortalecimento do paciente para que ele lute contra a doença”, reforçou.

 

TEXTO E FOTO: Luis Mansueto / Ascom FCecon