Médica da FCecon sugere preventivo a partir dos 18 anos para combater câncer do colo do útero

A vacinação de meninas e meninos nas escolas do Amazonas contra o Papilomavirus Humano (HPV) e a redução da idade em que as mulheres fazem o exame preventivo são os dois métodos defendidos pela médica ginecologista Mônica Bandeira, da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), como caminhos para reduzir o número de casos de câncer do colo uterino.

A médica participou do Fórum de Doenças de Maior Frequência no Amazonas, realizado pelo Conselho Regional de Medicina do Amazonas (Cremam), onde disse durante palestra que “o câncer de colo uterino é uma doença completamente evitável. É indigno uma mulher morrer de câncer de colo do útero”.Mônica Bandeira CRM 1

O câncer de colo uterino demora de dez a 15 anos para se estabelecer no corpo de uma mulher. Por isso, Mônica Bandeira defende que as lesões pré-cancerosas precisam ser identificadas por meio do exame preventivo, o mais cedo possível. A ginecologista sugeriu um movimento para que se antecipe a idade indicada para fazer o preventivo para os 18 anos. Hoje, a indicação é fazer o exame em mulheres de 25 a 64 anos com vida sexual ativa.

Ver e tratar – Durante o fórum, Mônica Bandeira também explicou como funciona o projeto “Ver e tratar o colo uterino”, projeto da FCecon, que consiste em fazer o tratamento de lesões pré-cancerosas do colo uterino detectadas no preventivo. Serão realizados, a cada seis meses, mutirões permanentes em municípios polos, como Itacoatiara, Borba, Manacapuru, Tabatinga, Parintins, Tefé e Coari.

Durante o evento, a médica ginecologista entregou um documento com informações sobre o projeto ao secretário de Estado de Saúde (Susam), Rodrigo Tobias, e ao presidente do Cremam, José Bernardes Sobrinho. O documento contém dados dos aparelhos e instrumentos necessários para a realização da conização, procedimento de retirada de lesões precursoras de câncer de colo uterino.

O objetivo é conscientizar o empresariado e a sociedade civil do Amazonas, através da campanha ‘Adote uma conização’, a adquirirem os kits para serem utilizados nos mutirões.

Descentralização – De acordo com Rodrigo Tobias, há a necessidade da descentralização dos serviços para o combate do câncer de colo uterino de maneira preventiva. “Começou com São Gabriel da Cachoeira, e a ideia é que nós, Susam, invistamos na ampliação para todo o interior do Estado de tal forma que a gente não receba mais o grau, a agudização dessas doenças no seu último estágio de câncer aqui em Manaus”, afirmou o secretário.