Especialista alerta para os sintomas do câncer infantojuvenil

Na semana em que se comemora o “Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil”, a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), unidade da Secretaria de Estado de Saúde (Susam) de referência no diagnóstico e tratamento do câncer na Amazônia Ocidental, alerta para o reconhecimento dos sintomas da doença que, por serem parecidos com enfermidades comuns à infância, podem chegar a confundir os pais. “É importante que os responsáveis procurem investigar a fundo os sintomas persistentes como vômito, febre, dores ósseas, entre outros. Esse é o primeiro passo para se garantir um diagnóstico precoce que pode ser determinante para a cura do paciente”, ressaltou o diretor-presidente da instituição, Edson de Oliveira Andrade.

A oncopediatra da FCecon, Dra.Jeanne Lee Coutinho, explica que se diagnosticado cedo, o câncer infantojuvenil, que acomete pessoas de 0 a 19 anos de idade, pode obter um percentual de cura superior a 70%. Para tanto, pais ou responsáveis pela criança ou adolescente devem atentar para os sintomas repetitivos, ouvindo, inclusive, mais de uma opinião médica quando necessário. “Precisamos esclarecer que os sintomas como anemia, febre prolongada, dores ósseas, falta de apetite, fraqueza, dores abdominais e cefaleia (dor de cabeça) podem indicar ou não a presença do câncer. Por isso, é importante que seja feita uma avaliação clínica mais aprofundada, que possa afastar ou confirmar a suspeita de doença maligna”, frisou.

De acordo com ela, as chances de cura em crianças são maiores do que em adultos, uma vez que diversos cânceres considerados bastante agressivos, a exemplo do de estômago, mama e colo uterino, não acometem certas faixas-etárias ou, quando são diagnosticados, são exceções.

“Para aumentar as chances de sucesso no tratamento, é de extrema importância a participação de um médico clínico ou pediatra. Ele será responsável por apontar a primeira suspeita e induzirá o paciente a submeter-se a exames mais específicos que possam detectar a doença o mais cedo possível, encaminhando-a a um centro especializado, como é o caso da Fcecon”, ressaltou Jeanne Lee.

Tipos mais frequentes

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer parte do organismo.

Os tipos mais comuns em crianças e adolescentes são os seguintes: tumores líquidos (a exemplo das leucemias – que afetam os glóbulos brancos – e linfomas – no sistema linfático -, seguidos dos tumores sólidos (do sistema nervoso central, tumor de Wilms – tipo de tumor renal -, neuroblastoma – tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal -, rabdomiossarcoma, osteossarcoma – tumor ósseo -, sarcoma de Ewing (câncer ósseo), retinoblastoma – afeta a retina, fundo do olho -, carcinoma de nasofaringe – na região da cabeça e pescoço -, entre outros.

Tratamento

Conforme a oncopediatra, após diagnosticado o câncer infantil pode ser tratado de três formas, dependendo do tipo, estado clínico do paciente e grau de evolução da doença: cirurgia, quimioterapia e radioterapia, todos oferecidos gratuitamente pela FCecon.

Ela explica que os protocolos de tratamento aplicados a pacientes oncológicos infantis em todo o mundo são padronizados, o que garante que a FCecon ofereça em seu cartel de medicamentos drogas com garantia de eficácia mundial e quem vêm apresentando resultados significativos, a exemplo dos tumores de Wilms, que tem percentual de cura de praticamente 90% na instituição. Situação semelhante ocorreu com os casos de leucemias de baixo risco tratadas na Fundação.

Sintomas que requerem atenção redobrada:

– Manchas rochas

– Reflexo nos olhos

– Perda de peso

– Dores nos ossos

– Febre prolongada

– Caroços no corpo