Cirurgia de esôfago garante melhor controle do câncer em pacientes da FCecon

A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) registrou, nos últimos meses, mais um avanço no Serviço de Cirurgia Oncológica da instituição, dessa vez, relacionado ao aparelho digestivo. Trata-se da reconstrução do esôfago, em pacientes portadores de câncer nessa região, por parte do tubo gástrico, que está localizado junto ao estômago.
O procedimento, que associa duas técnicas – a Linfadenectomia em 2 ou 3 campos à esofagectomia -, aumenta as chances de sobrevida do paciente e também de cura, já que promove um melhor controle da doença. De acordo com o diretor-presidente da FCecon, pneumologista Edson de Oliveira Andrade, a cirurgia é considerada de alta complexidade, uma vez que consiste da remoção total do esôfago através de procedimento que dura, em média, sete horas.
O cirurgião oncológico Márcio Neves Stefani, membro da equipe da FCecon, explica que a primeira fase da cirurgia ocorre a partir da ressecção do esôfago e parte do estômago, associada à retirada dos linfonodos, que compõem o sistema linfático, responsável pela defesa do organismo e produção de anticorpos. Em seguida, é feita a substituição do esôfago pelo estômago remanescente, que é estendido até a região cervical (até o pescoço).
“Em seguida realizado a anastomose (ligação) entre o coto do esôfago cervical e o tubo gástrico. Assim, o paciente terá sua alimentação restabelecida”, explicou o médico. Por se tratar de um procedimento demorado e complexo, que envolve pescoço, tórax e abdome, a recuperação pós-operatória do paciente se dá em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Embora a Linfadenectomia não seja algo inédito no âmbito da FCecon, sua abrangência não incluía a região do tórax. A ampliação do campo cirúrgico proporcionou melhor controle da doença em pacientes com câncer de esôfago. A técnica pode ser aplicada em ambos os sexos e a partir de qualquer idade, considerando o estado clínico do paciente. “De abril de 2014 a abril deste ano, realizamos sete procedimentos como este. O paciente mais novo tinha 26 anos e o mais velho, 76. Ambos foram bem sucedidos”, destacou.
As cirurgias de esôfago são feitas, atualmente, pelos seguintes cirurgiões da FCecon: Márcio Neves Stefani, Ênio Lúcio e tem a participação de médicos residentes do Serviço de Cirurgia Oncológica, além de uma equipe de anestesiologistas que contribuem para o sucesso do trabalho. “Esse tipo de cirurgia é considerado um avanço no nosso serviço. Acreditamos que com um maior volume de pacientes, melhores restados serão alcançados, possibilitando um tratamento de mais qualidade para os pacientes do Amazonas estados e até países vizinhos, uma vez que a FCecon é referência no diagnóstico e tratamento do câncer em toda a Amazônia Ocidental”, concluiu Stefani.