4 Pan Amazônico de Oncologia aborda atualização em enfermagem, avanços cirúrgicos e reforço da política de humanização

Pan Amazonico

Permeado pela temática humanização, o 4 Congresso Pan Amazônico de Oncologia, promovido pela Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), teve início nesta quarta-feira, 22, no Hotel Intercity (Adrianópolis), e trouxe à tona discussões sobre temas diversos relacionados ao câncer, como novas tecnologias e terapias avançadas de combate à doença. O secretário de Estado da Saúde (Susam), Francisco Deodato, explica que além de motivar a iniciação científica, a atividade ajuda a democratizar o debate em torno da problemática, envolvendo a sociedade nas discussões antes restritas apenas a profissionais envolvidos com a pesquisa.

 

Segundo a engenheira biomédica Ana Paula Lemes, diretora-presidente da FCecon, o evento, que segue até o dia 25, atua como fonte de atualização profissional, além de projetar o Estado no meio científico, já que inclui em seu cronograma a apresentação de aproximadamente 170 pesquisas.

 

A diretora de Ensino e Pesquisa da FCecon, dra. Katia Torres, explica que a atividade oportuniza a regionalização de discussões sobre o tema câncer. “Nosso congresso já tomou uma dimensão de maior evento do Norte na área. Conseguimos congregar especialistas de alto nível, familiarizando os profissionais locais sobre os temas de interesse da oncologia”, frisou. Entre as atividades ocorridas no primeiro dia, estiveram o IV Congresso de Enfermagem Oncológica da Região Amazônica e uma aula sobre mastologia e o tratamento do câncer de mama, coordenada pelas médicas Hilka Espírito Santo (mastologista) e Adelaide Portela (oncologista clínica), ambas profissionais da FCecon.

O cirurgião oncológico Ademar Lopes, vice-presidente da Fundação Antônio Prudente, mantenedora do A.C. Camargo Cancer Center, em São Paulo, explica que a qualidade das palestras realizadas no Pan Amazônico tem melhorado substancialmente ao longo dos últimos anos. Considerado uma das referências em oncologia no País, ele proferiu uma aula magna na abertura do Congresso.

 

Entre os temas abordados pelo especialista, estiveram: os avanços na cirurgia oncológica, desde a sua criação, até a atualidade, com o advento de tecnologias como a videolaparoscopia ; e as cirurgias robóticas. Ambas as modalidades são consideradas minimamente invasivas. Elas trazem como principais vantagens a diminuição do sangramento, recuperação mais rápida do paciente, redução do tempo de internação e das chances de sequelas pós cirúrgicas.

“Procuramos mostrar as transformações no tratamento dos tumores malignos, com enfoque na multidisciplinaridade. No quesito cirúrgico, um dos avanços analisados está relacionado aos procedimentos para o tratamento do câncer de mama, que passou das mastectomias radicais totais para as cirurgias conservadoras, por exemplo”.

 

Ademar Lopes também frisou que outras especialidades, como a cirurgia ortopédica, evoluíram ao ponto de evitar, em casos de doença localizada, as amputações, que deram lugar à preservação dos membros. “Em um futuro não muito distante, algumas cirurgias já não serão mais aplicadas à oncologia, em função dos avanços em outras modalidades terapêuticas”, assegurou o especialista, que tem 44 anos de experiência profissional em oncologia.

 

Ainda sobre o tema cirurgia oncológica, os cirurgiões da FCecon Marco Antônio Ricci e Manoel Jesus Pinheiro Júnior, fortaleceram o debate em torno das opções terapêuticas para o tratamento do câncer de colo uterino, o mais incidente entre as amazonenses, segundo o INstituto Nacional do Câncer (Inca), subordinado ao Ministério da Saúde (MS). As doenças localmente avançadas mereceram um espaço extra na mesa de debates, com a apresentação de casos cirúrgicos registrados no âmbito na unidade hospitalar, coordenados pelo Serviço de Cirurgia Pélvica.

 

Enfermagem

 

O IV Congresso de Enfermagem Oncológica da Região Amazônica teve a participação de profissionais e estudantes da saúde e abrangeu, entre os temas, a implantação da Visita Ampliada na FCecon. O projeto, encabeçado pela Comissão de Humanização da unidade hospitalar, foi implantado este ano, objetivando viabilizar a visitação a pacientes internados nas enfermarias compartilhadas, fortalecendo o laço familiar e auxiliando na recuperação dos mesmos. As enfermeiras Júlia Mônica Benevides, Maura Andréa Negreiros e Zenóbia Almeida, coordenadora do Departamento de Ensino e Pesquisa, subgerente e gerente do Same respectivamente, conduziram a mesa, com a apresentação do resultado parcial do projeto e de pesquisas e protocolos de enfermagem oncológica.

 

O congresso conta com uma rede de quase 40 apoiadores, entre públicos, privados e instituições filantrópicas. Profissionais interessados em participar ainda podem se inscrever no local do evento, antes do início da programação diária, que está disponível em www.panamazonicodeoncologia.com.br .

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